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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Exposição Fotográfica dentro de Quarto (Casa)









Como me encontro isolado, por conta da pandemia, cuidei de fazer uma exposição dentro do meu quarto.Então, exponho pra vcs! Abraços! 

Exposição: Atalho


Paulo Tabatinga

Teresina, Piauí - Brasil.
Julho de 2020 

Desiderata



(Desiderata, do latim "coisas desejadas", é um poema que foi encontrado num livro da igreja de Saint Paul, em Baltimore, nos EUA. Muitos o atribuíram a um autor anônimo, e a data de sua publicação é igualmente considerada por muitos como o ano de 1692. Na realidade, se trata de um poema do escritor americano Max Ehrmann (1872–1945), e que foi escrito em 1927. O motivo da confusão é que em 1956 o poema foi inserido numa compilação de textos devocionais pelo reverendo que na época presidia a igreja de Saint Paul. 1692 é, em realidade, o ano de fundação desta igreja. Isso tudo, entretanto, não retira a grandiosidade do poema:) Edmar Oliveira (facebook. 27/07/2020)

Biografia Poética


domingo, 26 de julho de 2020

Sem Álcool


Teresa Cristina - Rainha das Lives

Assistindo as Lives de Teresa Cristina, a Rainha das Lives, pude certificar-me que as Tvs oficiais desprezam o Brasil real: a sua verdadeira riqueza cultural -  A Tv que é um bem público teria a obrigação de ser plural. mas não é; vive é de desprezar a riqueza intrínseca que o Brasil possui, as suas mais variadas formas de expressão. 

Viva a Teresa Cristina, que em noites de isolamento nos faz regozijar com a beleza plural desse país imenso! Aquele abraço! 

Paulo Tabatinga


domingo, 19 de julho de 2020

Poemas


Pássaros

Pássaros são poemas 
que voam! 


Paulo Tabatinga 


Borboletas

"Borboletas são pétalas
que saem das flores" 

Foto: Paulo Tabatinga 

Meu Outro - Edmar Oliveira

Hoje, nos Contos de Resistência, falo mal de mim com ilustração primorosa de Faria Milton DE

O MEU OUTRO
Edmar Oliveira
"A verdadeira história não é o que sucedeu; é o que pensamos que sucedeu."
(Jorge Luis Borges)
Como Borges, também encontrei eu mesmo. Não num passado e em outro país, mas aqui mesmo no meio da pandemia. Eu me perguntava para o outro, que estava em meu lugar, como ele encontrara nosso passado, já que estávamos divididos e dividindo o mesmo corpo. Procurando por perto o que fica longe!, o outro me respondeu como se não tivesse a dúvida que eu tinha ao discutir com ele o nosso passado.
Não tenho a dúvida que te atormenta, me disse o outro, tentando me convencer que aquele outro era eu mesmo. Mas não morrestes na pandemia? Perguntei eu mesmo ao outro. Temos muito tempo para morrer ainda, se pudermos entender o que somos e como aqui chegamos, ele respondeu.
O que nos constituiu pode ter tido um tronco comum, mas em algum lugar ele se dividiu para que surgíssemos nós dois, não sabia mais se era eu ou o outro que acabara de falar aquilo que eu pensava. Ele também pensava a mesma coisa? Tentei entender a divisão que nos tornava um duplo. Mas éramos um só bem lá atrás, quando meninos tentávamos entender o mundo ainda pequeno, que nos rodeava em torno de um rio. E fomos também uma só pessoa ainda jovens pensando em dominar e conquistar o mundo, pois os navegadores só foram intrépidos por serem jovens. E jovem é imortal, já viram um jovem com medo da morte? Mas tu já tinhas esse medo, me acusava o outro tentando entender que aquela cisão, se não tinha ainda acontecido, já carregava a semente da discórdia.
Tentando entender que no meio de uma pandemia enfrentávamos o pandemônio de ser um sujeito duplo, se um tinha o desejo do universal, o outro louvava a sua aldeia. Se um ficou distante dos seus ancestrais para entender seu vir a ser no mundo, o outro trazia consigo o DNA da ancestralidade amarrado no umbigo que lhe apartou da nossa mãe. Se um ficava distante do que fora para ser agora o responsável por sua história, o outro remendava o passado, fio por fio de uma renda de almofada trançando o jogo de bilros, construindo defeitos que se repetiam sempre. Se um sacrificava o passado para ser hoje, o outro dizia que o hoje só era possível pelo ontem. Se um queria ser sempre melhor depois, o outro julgava que o depois só foi possível por ter sido antes. E, assim, a sorte e o acaso era uma construção determinada intencionalmente pelo próprio sujeito, concluía eu, concordando, ou o outro querendo me convencer que também a dúvida era a certeza possível. Eu era eu e o outro também.
O medo sempre te atrapalhou, me disse o outro de forma arrogante. O que é que tem, se tem que se morrer na pandemia, antes ou depois?, perguntava sarcástico. A única certeza que temos é que a morte sempre chegará em hora imprópria, pois é próprio dela não conseguir nos convencer que a hora é essa, pensava eu, já concordando com o outro. “O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”, dizia o Riobaldo do Rosa, pela boca do outro. “A gente morre é para provar que viveu”, pensava eu pelo o que estava vaticinado no Grande Sertão, Veredas. Por quê o medo?
A maravilhosa lua que ilumina o céu cresceu sobre os dias contados com vagar pelo outro. A mesma lua que eu não conseguia ver pela claridade e poluição da cidade apressada. O outro em mim não tinha qualquer pressa de viver cada dia com a intensidade de passar vagarosamente. A morte sempre estava no final, no meio do redemoinho, no meio da pandemia ou num depois que faria a mesma arrelia ao chegar, me dizia o outro com a voz lenta, de quem gasta o tempo com um prazer inenarrável.
Nunca se desespere, aconselhava o outro. Procure lá atrás as explicações dos acontecimentos de agora, ensinava, pronunciando as sílabas pausadamente, o que não era o meu jeito de falar, sempre apressado, geralmente esquecendo pedaços das palavras, principalmente os plurais. Sempre foi meu jeito de não pronunciar o esse no final, como os franceses, simplesmente antenado com minha aldeia, que no sertão nada é plural. A chuva é singular, a fome é singular na barriga de cada um, a seca singular para não replicar qualquer plural na natureza.
Mas o outro era eu como eu queria ser. Talvez os amores mais lentos e compassados, diferente daquela sofreguidão bruta de não saber ser descoberto num carinho ou deixar se fazer emotivo. O sertão nos faz duros como o chão impermeável a uma água que nunca chega. A gente chora por dentro quando a chuva nos molha por fora. Só ela nos amolece os sentimentos. Espantando o medo da morte com tais pensamentos? Perguntava o outro me trazendo para uma realidade que eu pensava ser apenas um sonho. E não sabia se eu o sonhava ou se o outro me sonhava. Se bem que o outro nem era tanto outro assim, sendo eu. Portanto, pouco importava quem estava sonhando quem.
No meio da pandemia tinha um redemoinho descontrolado perto de mim. Talvez tenha sido esse redemoinho que nos dividiu, facilitando o vírus encontrar um de nós dois. Você pensa que se livra de mim, assim fácil? O outro retrucou em separado. Todos os dois vamos morrer, o que podia ter sido antes, durante ou depois da pandemia, noutra infecção endêmica repetida lá mais tarde, mas qual a diferença faz pra quem já viveu mais que o prometido ter sido a um nordestino, fraco, raquítico, asmático, perebento, da espinhela torta, mofino, que chama por deus e jesus, querendo ser ateu de fortes convicções que o corpo não aguenta? O outro já estava sendo inconveniente para além da conta, sou conhecido por explodir antes que o fogo gaste todo pavio curto e já estava perdendo a paciência com quem se parecia comigo, mas ao mesmo tempo tinha uma existência própria.
A pior briga que se pode travar é consigo mesmo, até porque sempre perdemos. Se não no que somos, no que fomos e o outro estava ali pra me dizer apenas que não se é sem o ter sido. Ou o reverso também, num acaso e sorte sempre tecidos por uma decisão do arbítrio, que o sopro da vida nos faz recuar ou avançar sobre o acaso e a sorte. Não há nenhuma meritocracia em construir o viver de cada um, pois as condições dadas no exterior facilitam o que se quer por mérito, como se fosse o motor contínuo dentro de cada um, o que nunca é. O outro provocava, desmanchando qualquer vaidade que eu pensava ser.
Embora estivesse sendo forçado a concordar, o outro estava, outra vez, me incomodando com o ar professoral de um filósofo sem ter o mérito de ser, pois também eu conhecia as fraquezas dele. Éramos apenas uma amostra de um saber superficial sobre todas as coisas, sem nenhum aprofundamento. Lembrei ao outro da enciclopédia que nosso pai comprou para enfeitar a estante e nós tínhamos nos obrigado a ler cada verbete para palpitar desde sobre mitologia, do meteoro que extinguiu os dinossauros, da erupção do Vesúvio ou das guerras napoleônicas, até ficarmos presos na Bastilha ou perdido a cabeça na guilhotina.
O outro fez um muxoxo, balançou muito lento um não com a cabeça e falou pausadamente, antes de desaparecer me deixando sozinho: só apareci por aqui para dizer que fomos o que não és mais. Depois de encerrar uma atividade profissional que te garantiu a velhice, agora tentas começar outra atividade querendo contar histórias que não te levarão a lugar nenhum. Eu já morri naquele que eras. Irás sozinho daqui em frente no pouco tempo que ainda te resta. Escrever só faz sentido se deixa rastro. Desfez-se como se nunca estivera aqui.
Fiquei sentindo uma falta incomensurável do outro. Do que me servia ele antes de agora? Desejava que ele ficasse quando eu me fosse e não que me faltasse agora.








*** PROJETO CONTOS DE RESISTÊNCIA
Edmar Oliveira, Fernando Tenório, Manoel Olavo e Patrícia Schmid lançam aqui o projeto 'Contos de Resistência'.
Os contos aqui publicados serão compilados em um livro no futuro.
Sim, no futuro, pois para atravessarmos esse momento precisamos acreditar no futuro e os 'Contos de Resistência' serão a nossa forma de embalar a quarentena e reforçar nossas resiliências.
Os autores publicarão dois contos por semana Desejamos contribuir para resgatar e reforçar a resistência de cada um de nós, através da literatura.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Acróstico

Mares poéticos 
Alma embriagada de vinho
Rio caminho das águas 
Luzes sob a chuva rala
E as cores atravessando: traduzindo 
Iluminuras nos vitrais
Doce é o trago que destrava
E tudo brilha quando a poesia se instala. 

Paulo Tabatinga 

( Para Marleide Lins )

Herói

Eu me sinto um herói
quando salvo uma borboleta! 

A. Sollar

Foto: Paulo Tabatinga 

Veritas


sábado, 11 de julho de 2020

Ciudades


                                                                        
Aguardem meus poemas escolhidos (livro) traduzidos  para o espanhol. Tradução, edição e prefácio:  Maritza Elena Enríquez Licón. 

Em breve nas plataformas digitais. Confiram o prefácio! 







Prefacio


Como mexicana, y como estudiante de lenguas indígenas, he estado en contacto directo con lo que Bonfil Batalla denominó “México Profundo”. He convivido con grupos como los zapotecos istmeños, que aún hablan la lengua de las nubes (nombre que encuentro muy poético): lengua de las nubes porque ellos mismos son la gente nube, la gente que cayó de las nubes. Este contacto me parece relevante y quizá definitivo en mi encuentro -y posterior agrado – con la poesía de Paulo Tabatinga. Quizá el haber experimentado el placer de caminar por lugares donde aún existe ese México profundo, pero también ese México donde la gente ha aprendido a convivir con la tecnología sin perder las raíces humanas de su cultura; además de ser ciudadana del mundo moderno, del México no-profundo, me ha permitido sentir tan de cerca la poesía de este artista brasileño,

Esto viene a lugar en el prefacio de este libro debido a que Tabatinga siempre me ha parecido un brasileiro profundo; se pasea -algunas veces- con tristeza viendo el resultado de la masacre de las costumbres anteriores a las ciudades. Y aunque la soledad es nuestro sino, él halla que las ciudades propician la soledad más allá de lo humanamente necesario, además de estar enterrando poco a poco a ese Brasil profundo.

Brasil es el país de mis sueños, me enamora más con cada cosa que de él descubro; solamente puedo interpretar este libro como una mexicana enamorada; pero me parece que existen algunos versos y canciones que describen desde ese país la profundidad nacional a la que me refiero.
Por ejemplo, Maria Bethânia sostiene en su concierto “Amor, festa, devoção”


“Eu gosto de cantar o Brasil Caboclo
Tão longe de tudo aqui, e eu canto esse Brasil, como quem faz uma prece
Para que ele resista, apesar da mão do progresso vazio
Que insiste em dizimá-lo
Para que suas modas de viola com seu encantamento
Ainda por muito tempo, Façam vibrar nossos corações”


Ella señala la mano del progreso vacío que insiste en disminuirlo; esa disminución contra la que hay que luchar. Bethânia lucha desde el escenario, con su maravillosa voz; Tabatinga lucha desde su cuaderno y su cámara fotográfica; ya que ¿No es precisamente por eso que existe la poesía, para contrarrestar esta destrucción, para enfrentarla? Es lo que hace Tabatinga. Verso a verso, va encontrando nuevas armas de expresión que nos sacan por un momento de los afanes a los que nos hemos acostumbrado, lejos de la poesía.
Pero, ¿cuál es el Brasil que el progreso ha diezmado? ¿Cuál es el Brasil profundo (en el sentido de Bonfil Batalla) que se ve poco a poco destruido por el progreso?

Es – entre otras cosas – aquel cuya música popular es cada vez menos popular y se ve reemplazada por la música desechable venida de otros países. Una música que no comprende al Brasil de la samba, al que llora de aquel hermoso modo que describe Nelson Cavaquinho en su canción Pranto de Poeta:



Mas o pranto em Mangueira é tão diferente

É um pranto sem lenço

Que alegra a gente
Hei de Ter um alguém
Pra chorar por mim
Através de um pandeiro e de um tamborim.


El progreso y la forma de vida que nos impone puede llegar a impedir que veamos a Dios en sus pájaros (“casi nadie escucha el canto disonante de los pájaros solitarios en los postes de las grandes ciudades”). Pero dice el poeta que si nos quieren quitar eso, ¡se tiene la opción de volver a serlo frente a la imposición de la nada!

Un elemento imprescindible de su poesía y de su forma de vida es la cerveza; es su compañera íntima y fiel en su trinchera. Es para él, y esto segura que para muchos de nosotros, el mejor purificador de las amarguras, de los problemas:

“A cerveja, basta um gole, pra eu transcender e voltar para mim/ as máscaras vão caindo devagar, e eu vou ficando nu/ tão nu que ninguém consegue me ver/ a não ser eu mesmo a mim... Perdido no que sempre fui: eu.”

Dicen en mi país que no se debe confiar en un mecánico limpio; quizá desde esa perspectiva no se debería confiar en un poeta abstemio. Está más allá de mi juzgarlo; pero sí puedo afirmar algo: lo que usted está a punto de leer son, como el autor mismo declara: “poemas que gritan a la noche sorda y que quieren despertar a quien todavía no muere”.

Maritza Elena Enríquez Licón
Mtra. en Lingüística Indígena
Universidad de Sonora


Hermosillo, Sonora, México.
Julio de 2020

















sexta-feira, 10 de julho de 2020

Eu bebo, sim




Em resposta ao meu irmão, fiz essa poesia, se assim podemos chamar.

Veja a dele:

Ontem assisti o filme "O Ébrio". Papai gostava muito do Vicente Celestino. Lembrei disso por no filme tem uma hora que ele fala exatamente isso "beber pra esquecer"



Borboleta