Vivo a velhice com curiosidade. Reconheço os incômodos e as limitações mas não creio que ser jovem significa necessariamente ser mais feliz. Há uma alegria na juventude - a alegria física da intensidade do sexo e da impressão de grande grande distância da morte - que é inegável. Mas alguém pode ser muito infeliz aos 25 e muito mais feliz aos 80. Quando escrevi "O homem velho" eu ainda não sentia as diferenças do envelhecimento. Apenas percebia que estava me aproximando. E meu pai tinha morrido (aos 82). Agora, diante de convites para irmos à China, ao Japão e à Oceania, só fecho com Tom na tendência a não aceitar por causa da velhice. Voos longos são terríveis para um organismo senil. Muitos dias são necessários para a gente se recuperar. Mesmo assim, ainda estou em dúvida quanto à ida à Ásia. #CaetanoVeloso em entrevista para @eltiempo
Caetano Veloso
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