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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Ter é Sina (Elias Paz)

Ter é Sina II

Cidade sem memória
Sol e sombra do nada
Sitia os deserdados

O fogo o terror nas casas de palha
Os pedaços da doméstica
Quarentinha bibelo nicinha

Guerra silenciosa e
Capital resdistribui os espaços
Da forma à Frei serafim

Os anos fiados em miséria
Perdidos à sombra do tempo
Perpetuados à luz do dia
Fabricados armazenados

Teresina: Claudino e cia
Tajra tajra taJRra tajra tarja

A igreja do Santo negro
Submersa em lendas
Superpoem-se as torres
Do amparo e a crença dos fies

Paisagem artificial
Se interpôs  à brisa libertina
Espigões tramam a colheita diária
De calor e cansaço

Um monumento à morte
Potycabana anfiarte
Divisa a linha da vida
Na miragem das coroas

Ao lírico por do sol
Avermelhando as cortinas
O Rio se dá assoreado fulminado
Entre navios sonâmbulos

Paruacu, Rio de sonho, salve, salve!

Um pescador de horizontes
Senamora sete moças virgens
Sobre o neon de Natal da ponte

Para-raios vigiam o mito
Coriscos já não riscam noite
Não se pode dizer de lendas
Antenas sensíveis decidiram céu de enigmas

Elias Paz e Silva, Poemario II, 1992.

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