Estudei em uma escola fantástica. O corpo docente era um timaço, assim como a Seleção Brasileira de 1982. Os alunos eram estudantes. Um liceu das antigas; um Dom Barreto, hoje.O sonho durou três anos. Estudar ali era motivo de orgulho. Os primeiros colocados nos cursos mais concorridos do vestibular eram alunos do Andreas. Ou do Cursão. Existia uma disputa entre essas duas escolas. Inexistia a UESPI. Estudar na Universidade Federal do Piauí não era pra qualquer um, quem viveu esse tempo, sabe. Ingressei na UFPI em 1985, uma vez que fui aprovado para Medicina Veterinária no ano anterior. Cursei durante bom tempo. Estudava no Centro de Ciências Agrárias. Se fui bom ou mau aluno não sei. Certo é que o alto grau de dificuldade do curso aliado à minha fragilidade econômica - que me impedia de adquirir os livros, sem os quais não poderia acompanhar as aulas - foram os motivos que me levaram a desistir do curso. Ademais, percebi que não tinha vocação para ser veterinário. Minha vocação é escrever. Escrever e ensinar. Mas voltemos ao Andreas. Tempo sem volta. Voltemos à minha mocidade. Uma juventude, senhoras e senhores, que tinha apego ao conhecimento, que amava a sabedoria. Daí o orgulho e a honra de dizer que fui aluno do Andreas, de repetir que estudei em uma escola Fantástica. Mas a melhor escola, aprendamos, continua sendo a Escola da Vida.
Ricardo Batista
Ricardo Batista nasceu em Teresina. É servidor público. Foi vencedor, na categoria Poesia, do Concurso Literário Novos Autores da Fundação Cultural Monsenhor Chaves , Edição 2009, com o livro Passeio Público.
Ricardo Batista nasceu em Teresina. É servidor público. Foi vencedor, na categoria Poesia, do Concurso Literário Novos Autores da Fundação Cultural Monsenhor Chaves , Edição 2009, com o livro Passeio Público.
2 comentários:
Belo texto e genuíno reconhecimento à uma instituição educacional emblemática da década de 80.
Meu padrinho (pai), tenho muito orgulho do senhor.
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