Tia Helena ( tialena ) - Paulo Tabatinga
Quem não se lembra dela
Cantando “paparua paparua” fosse minha?
Ou gritando “ponsava ponsava ponsava”!
(quando reensaiava a paixão de Cristo, do colégio para
excepcionais, na casa dos meus avós?
Ou, então, quando juntava nossas mãos em uma ciranda, para
entoar com tamanha felicidade, em voz serena: a marido, a marido, a marido! (
debaixo do pé de algaroba )
Lembro-me dela chegando com uma mala quase vazia, envolta à
uma corda, e a gente na expectativa do que pudesse conter ali. O espanto foi
geral: apenas um sabugo de milho, com alguns grãos espalhados dentro da mala
velha.
Logo logo retornamos à brincadeira... na mala não tinha
nada, nem mesmo um tostão, exceto o milho jogado às pressas; o que ela trazia
consigo, na verdade, era a leveza dos leves; o amor profundo dentro do seu coração!
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