O mal é feito mosca: quando você concentrado escrevendo poemas ela já está o tempo todo lhe zoando! O mal é feito muriçoca quando você se distrai, por instante, ela já está sobre sua pele há muito tempo sugando!
O poeta Nelson José Nunes Figueiredo, piauiense da geração pós-6ª, liberto das trincheiras de poesia metrificada e rimada, com o vulcão de sua alma sentimental e o valor da imaginação ardente do seu espírito de artista, tem no seu livro "Na Boca do Vulcão", versos de bom poeta, versos vibrantes que permanecem, que ficam no subconsciente do leitor, pela singularidade de suas idéias estéticas, dentro da Escola Modernista. Na sua poesia há inquietude e sentimento real da vida, subjetiva, interiorizada. Há no presente livro poemas interessantes como "Fábrica", "Phoemhomérios", "A Cinderela", "O Poema e a Máquina", "Armadilha", "Flash Noturno", "O Exército da Rosa". Para dar a verve do poeta Nelson Nunes, transcrevemos aqui o seu poema "Fábula" do seu presente livro:
Não é bomba atômica Nem o Juízo Final É o coronavírus - A pandemia do mau... Foi decretado calamidade: Distanciamento social A morte tomou o mundo em um colapso total As ruas ficaram vazias o petróleo perdeu o valor os aviões não mais transportavam o sonho pra o exterior O pânico, o medo: Lockdown máscara, álcool... Abraços, beijinhos partidos A antipoesia do anticarnaval