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terça-feira, 20 de setembro de 2022

Dois poemas escolhidos de Ricardo Batista

Ricardo Batista nasceu em Teresina. É servidor público. Foi vencedor, na categoria Poesia, do Concurso Literário Novos Autores da Fundação Cultural Monsenhor Chaves , Edição 2009, com o livro Passeio Público

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Aeroplano

Ricardo Batista nasceu em Teresina. É servidor público. Foi vencedor, na categoria Poesia, do Concurso Literário Novos Autores da Fundação Cultural Monsenhor Chaves , Edição 2009, com o livro Passeio Público

O Poema

Ricardo Batista nasceu em Teresina. É servidor público. Foi vencedor, na categoria Poesia, do Concurso Literário Novos Autores da Fundação Cultural Monsenhor Chaves , Edição 2009, com o livro Passeio Público

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Retorno - Ricardo Batista

Ricardo Batista nasceu em Teresina. É servidor público. Foi vencedor, na categoria Poesia, do Concurso Literário Novos Autores da Fundação Cultural Monsenhor Chaves , Edição 2009, com o livro Passeio Público

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

História de Latir (Ricardo Batista)

Luís já saltou da cama de bigode aparado e barba feita. Em jejum, mas a Bic no bolso, os documentos na pasta, a fé em Deus, o pensamento na entrevista. Despede-se do Ju. Aurora ronca. Dick deseja sucesso. Desce os degraus que o separam da rua. Na calçada, dribla o Santos, acena para o Doutor, escapa da Grevista, cumprimenta o Progresso. Fugindo do atraso, entra no ônibus. Dick pergunta quem vai preparar a ração. Tocam a campainha. Aurora desperta. Dick late, quer saber quem vai atender o Doutor. Aurora e Ju riem. Dick pergunta se contou alguma piada. Luís espera na loja. Espera ‘pra falar com o dono, pra falar com o gerente, pra falar com o dono dos porcos’. Mas apenas escutou. Ouviu seu Franco dizer que nuuunca deu bola pra time, que disciplina é a mais importante matéria, que sindicato dá trabalho, que diploma não certifica, que resiliêêêêêcia é o seu fraco, que torce contra alienação, que a vaaaaga foi ocupada pela moça que acabou de sair. Na batalha, Ju navega. Dick quer saber quem vai preparar o rango. Aurora assiste a uma série acompanhada do Doutor. Dick pergunta ao Doutor como ele conseguiu se formar, uma vez que não lê, tampouco estuda. Ju roga aos deuses que o Cão pare com essa mania de infernizar. Dick late, diz que mau gosto desgosta, que os Três Patetas renasceram, que ociosidade cansa. Indiferentes, gargalham. Dick quer saber se virou comediante. Ainda em jejum, pronto pra esfolar um boi, Luís afasta-se da Loja Esperanza. Depois de vagar pelo centro, ora sob o braço, ora com a pasta sobre a cabeça, ruma direto para o rio. No cais, alisando o bigode, lembra da obstinação do Júlio, da tese do Doutor em Cinema, das canetas infalíveis do Santos, do valor cobrado aos terrenos em virtude dos desapreço à edificação, do brilho da Aurora, da folgada da Grevista, da negatividade do Ordem e Progresso; lembra, enfim, mergulhando de vez no passado, dos jovens que enchiam as coroas do Parnaíba, dos malucos que, se exibindo, saltavam da Ponte Velha em direção ao nada. ‘Velha, mas dura. Fiiiiiiirme! Igual à franqueza do entrevistador’. Irascível, Dick pergunta se esqueceram da janta; quer saber, consultando o relógio, se o Doutor desaprendeu o caminho de casa. Dick late, pergunta aos distintos mestres onde se meteu o pai do Ju, onde se encontra a razão de ser da Aurora. Luís descobriu que a estrutura da ponte era duas vezes maior quando vista de baixo. Dick acabou com essa história de latir, de questionar. Afundado em tristezas, uiva.
Ricardo Batista nasceu em Teresina. É servidor público. Foi vencedor, na categoria Poesia, do Concurso Literário Novos Autores da Fundação Cultural Monsenhor Chaves , Edição 2009, com o livro Passeio Público.