A cidade
vigiada
O poeta Paulo Tabatinga, não tem
nenhum pudor, de empunhar o seu verbo, como uma espada flamejante. O seu livro,
a Cidade vigiada, é um molotov, uma granada, explodindo, nas ruas e parques de
qualquer cidade desse planeta que dizem ser azul, mas estar cinza,e aonde os
mapas ideológicos se igualam. Cada poesia do poeta parece um
selo do Apocalipse, carimbando uma mensagem; um rastilho de pólvora na
trajetória da loucura humana. O pior é que o que ele diz é pura verdade, mesmo
com o verbo de sua poesia impura.
Quem se aventura a ler o seu livro,
continuará lendo, vendo a beleza de suas fotos, ou, o colocará de lado, como um
objeto inútil.
Para mim o livro do poeta lembra-me uma
espécie de divina comédia, um delírio, talvez só para embriagados, com um
detalhe: sua divina comédia, só possui o inferno, e quem entra em suas
paginas deixa toda a esperança.
Ou a mesma ainda não morreu?
O poeta está de parabéns. No vinho
está a verdade. Seu livro é um verdadeiro documento foto literário de um mundo
em transição para o purgatório, ou, quem sabe, o paraíso, paradigma das grandes utopias.A
coisa está ruim. Mas sem os poetas seria muito pior..