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domingo, 21 de abril de 2013

Voltando...


Cantiga Sua Partindo-se
de João Ruiz de Castelo Branco
Trata-se da composição mais conhecida do Cancioneiro Geral.

Ao contrário das cantigas do trovadorismo, não é necessário traduzir para o português moderno. Não se trata mais do dialeto galeco-português, mas da língua portuguesa arcaica, anterior à sistematização ocorrida no período clássico.

Cantiga sua Partindo-se é amplamente conhecida e apreciada, na qual a limpidez da linguagem e os achados expressivos servem de coro a uma primorosa síntese do lancinante sentimento de amar e ter de partir, num clima de quase elegia, tão mortificante o sofrimento que no poema se confessa: o ritmo, determinado por uma melopéia propositadamente monótona e plangente qual cantilena, ondulante e reticente, colabora com eficácia para conferir aos versos um ar de mistério e fugacidade, motivo suficiente para fazê-los de permanente agrado do leitor de poesia.

Cantiga sua partindo-se

Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

Tam tristes, tam saudosos,
tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.

Partem tam tristes os tristes,
tam fora d'esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.



Foto da Semana





Poesiartemanhas

Vagabundagem
- Arthur Rimbaud
- Tradução: Ferreira Gullar

Lá ia eu com as mãos em meus bolsos furados;
O paletó também se tornara irreal;
E sob aquele céu, Musa! eu era teu vassalo;
E imaginava amores nunca imaginados!

Nas calças um buraco e eu só tinha aquelas.
- Pequeno Polegar das rimas, sonhador,
Instalei meu albergue na Ursa Maior.
- Lá no céu o frufru de seda das estrelas...

Eu as ouvia, sentado à beira das estradas,
nas noites boas de setembro, quando o orvalho
revigorava-me a fronte como um vinho;

E em meio às sombras fantásticas, então,
dedilhava, como se fossem lira, os elásticos
de meus sapatos, o pé junto do coração



Filosofando

“Lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos” Diógenes ( no texto, sermão do bom ladrão – Padre Viera)



Video Transtabatinga






Fotopoema: